sexta-feira, 1 de maio de 2009

Life in a glass house



Os imbecis perdem tanto tempo tentando aliciar pessoas no seu mundo de ignorância e parca inteligência, que acabo me convencendo de que realmente existem pessoas que se escondem dentro de uma casa de vidro. Mas não um vidro comum, um vidro quase espelhado, aonde o que se enxerga é somente uma visão completa de si. “Narciso acha feio tudo aquilo que não é espelho”. Verdade! Mas o narcisismo usual, deu espaço à uma nova forma viral de vaidade excessiva.

Repugnantes e prepotentes, eles não se satisfazem com o bel prazer de passarem horas e horas contemplando sua “perfeição”. Querem enxergar nem que seja um pouco deles nas pessoas que se deixam manipular facilmente. O pior de tudo, é que normalmente esse tipo é conhecido pelo mimo, e visto pelas pessoas que possuem cérebro como acéfalos. Eu não os culpo pelo julgamento: eu penso o mesmo.

Os carros, as casas de praia, as viagens quase cotidianas, as bebidas caras, os bares bem freqüentados, a aparência, enfim, conseguem dar importância a todo e qualquer bem material, como se fosse algo normal. O caráter, a ideologia, a compreensão e o discernimento de nada importam. O que vale mesmo é o que têm e o que potencialmente já possuem. Normalmente essas crianças mórbidas sofrem de síndrome do Peter Pan. O seu desejo é poder passar o resto da vida brincando e pulando, angariando amigos que pensam da mesma forma, para que jamais possam se sentir culpados pela vida ridícula e sem sentido que tiverem e ainda tem.

No passado existiam jovens idealistas e cheios de vontade de crescer na vida. Entravam na vida política muito cedo, às vezes pelo caminho errado, mas não se desvencilhavam, conseguiam se erguer e voltar aos trilhos. Porque existia um objetivo, algo maior que a preocupação que não passa de 2m² ao nosso redor. Infelizmente, o que vejo hoje são jovens e pessoas próximas a mim, que não conseguem enxergar um palmo a sua frente. Novidade queridos: papai e mamãe morrem. Viram comida de minhocas e larvas. Mas antes disso, lhe deixaram um patrimônio e uma história pra contar na sociedade. Algo que mesmo vocês com seu resquício mínimo de suco cerebral conseguem perceber e admirar.

E agora José? A vida de extravagância exacerbada e noitadas sem fim ainda faz algum sentido? É óbvio que sim. Pra vocês, não adianta falar, não existe ninguém que possa tirá-los dessa casa de vidro. A única realidade é a perdição. Pois pedir pra vocês pensarem, criarem objetivos e realiza-los seria uma heresia da minha parte, ou de qualquer outra pessoa que tente abrir os seus olhos. Mas o que me deixa feliz, é saber que um dia chegará a hora que os olhos internos vão se abrir, e aí vai ser tarde demais pra esboçar alguma reação. A partir desse momento o caminho atual até a beira da morte, vai ser tão lento e tão sofrível que poderia virar conto de horror pra Stephen King nenhum botar defeito.

Vinicius Canova Pires

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