sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Quando não temos em que se apegar

Desde os tempos mais remotos, os seres humanos procuram um respaldo plausível e bem justificável para explicar a razão de algumas vertentes em seu comportamento. Alguns homens denominados de “bem”, buscam na religião uma densa desculpa para praticar atos animalescos, destacando-se como exemplo a temível santa inquisição. Outras pessoas mesmo não descartando suas religiões herdadas, embasam suas ações em ideologias que na maioria das vezes nada têm a acrescentar ao mundo. Utilizam-se dessas idéias de jerico, para se sentirem de certa forma “adotadas” por alguma coisa. Algumas pessoas precisam impor suas idéias, seus conceitos, e para conseguir isso muitas vezes, tendem a se impor pela força bruta.

Infelizmente, apesar da derrocada do idealismo do Führer e com a difusão da informação após a guerra fria, celebrada pela chegada da globalização, algumas pessoas que se utilizam da facilidade de divulgação de praticamente tudo que acontece no mundo pela internet, começaram a espalhar novamente os desmandos de Adolf Hitler, formando pequenas células de atuação em todo o mundo. No Brasil, um desses grupos extremistas é a gangue denominada White Power (do inglês: poder branco), que determinada aos seus adjuntos que espalhem mensagens de intolerância racial, repúdio ao homossexualismo entre outros inúmeros preconceitos contra pessoas que não fazem parte de sua casta, com o mesmo objetivo do autor póstumo Adolf Hitler, que foi derrotado a muito custo pelos Aliados na segunda guerra mundial.

Após morrer em Abril de 1945, suas idéias e conceitos foram se dizimando aos poucos, o orgulho da grande maioria do povo alemão durante a 2ª guerra fora trocado pelo sentimento de vergonha. Troca de sentimento este, que não se repete em seu esquadrão novo de asseclas. A idéia contínua de que deve e há de existir uma raça superior no mundo, capaz de resolver problemas que variam entre doenças e questões sociais problemáticas como a própria pobreza, é a combustão que dá força e movimento a esses grupos formados por jovens e adultos de variadas idades. Porém, alguns desses juvenis integrantes de grupos extremistas sequer sabem coisas básicas sobre história, trocam a pratica da leitura pela deliberada vontade de exprimir ódio e ressentimento.

Em suma, todo ser humano precisa de alguma desculpa para agir. Seja social, política, comportamental, ideológica, religiosa, filosófica, as atitudes provém de uma devoção que muitas vezes é cega, e que tem o intuito de externar sentimentos que dificilmente faríamos caso não nos apegássemos a alguma coisa.

Vinicius Canova Pires

O diferencial na internet: Internet Relay Chat (IRC)

Diariamente nos deparamos com alguns veteranos nesse jogo louco que chamo de vida. E uma das frases preferidas deles para retratar algo majestoso que ocorreu em sua época e que hoje é só lembrança, é: “Quem viu, viu. Quem não viu, não verá jamais”. Engraçado é que pra quem ouve, parece a mesma ladainha de sempre da velharada. O costume débil de ficarem horas e horas divagando em frases rebuscadas para caracterizar a infância adocicada e a juventude porra-louca. Eu sempre pensei nisso com certo ar fadado, sem paciência para ouvir. Mas hoje comecei a concordar que em alguns momentos é necessário compartilhar as coisas boas que vivemos, principalmente com pessoas que jamais saberão o gosto de certas coisas.

No caso do texto de hoje, me refiro ao mundo nerdiano, um mundo que eu jamais fui capaz de respeitar, mas que convivi e convivo até hoje no meu dia-a-dia. Hoje tive a chance de voltar a usar novamente o mIRC (quem não sabe o que é, sugiro que leia o texto na Wikipédia, é bem esclarecedor)¹. A sensação inicial foi uma nostalgia que percorreu meu corpo todo e foi parar na superfície da minha pele, causando um arrepio em meus braços. Lembrar de como era aquela época, antes da criação da comunidade virtual que chamam de Orkut, e antes da difusão do MSN Messenger, me traz a tona bons sentimentos em relação a minha própria infância e pré-adolescência. Era algo diferente, que mesmo em seu ápice de usuários na principal rede brasileira, atingiu no máximo 60.000 usuários.

O MSN e o ORKUT tornaram a inclusão digital uma verdade que antes de sua existência era uma esperança, e hoje com certeza descobriu-se que a realidade é outra; um desastre total. Para manejar o mIRC mesmo a pessoa mais ignorante, teria que estar integrada com o mínimo de comandos para facilitar o seu uso. E esse uso constante do IRC forçava as pessoas a se informarem mais sobre o que estavam usando, mesmo que o script de sua preferência lhe fizesse o favor de sintetizar os comandos e programá-los para uma utilização mais facilitada do usuário. Não era apenas um “bate-papo” como algumas pessoas gostavam de designar. O IRC era uma empresa, mas comandada por pessoas sábias e que costumavam flexibilizar-se de acordo com a vontade e a critica dos seus freqüentadores.

Com a “morte” do IRC, a internet e o dinamismo entre as pessoas se resumiram a incessantes conversas que começam e terminam sempre do mesmo jeito no Messenger, a vadiagem e a pedofilia crescente entre os usuários do Orkut, e um acréscimo também nos crimes de internet em geral. Mas creio eu, que a humanidade se resume a isso: os seres humanos sempre procuram a forma mais fácil de tocar suas vidas. Pouco importa as conseqüências que isso representaria numa sociedade como um todo. O brasileiro principalmente tomou o “cada um por si” como sua tônica de vida e decidiu viver sua vida a partir desse lema. Tristeza para alguns, felicidade para outros. Mas eu estou feliz, porque posso encher minha boca (dedos) para proferir as últimas palavras desse texto: Quem viu, viu! Quem não viu, jamais verá!

¹: http://pt.wikipedia.org/wiki/MIRC

Vinicius Canova Pires

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Heil Ratzinger!




Saúdem o Papa Bento XVI! Saúdem a Igreja Católica! Saúdem a Santa Inquisição! E principalmente, saúdem a mentira do Holocausto! (sic) Opa! Mentira? E quem é que disse que o Holocausto é uma mentira? Bom, além de alguns escritores que se escondem atrás de pseudônimos, temos uma figura cristã em questão: O bispo ultraconservador inglês Richard Williamson. Que foi reabilitado pelo papa Joseph Alois Ratzinger, após passar 20 anos excomungado. O mais engraçado na história toda, é que um padre cuja infância tenha sido atrelada ao contexto nazista de Adolf Hitler, em um ato solidário de pura benevolência tenha aceitado novamente o bispo Williamson.

Será que somos tão cegos e ingênuos mesmo? Absolutamente ninguém cogita a possibilidade de Ratzinger ainda simpatizar com o idealismo de supremacia de Hitler. É normal as pessoas cometerem equívocos, com conseqüências desastrosas. Mas o medo de errar, não pode impossibilitar que alguns de nós com um pouco mais de voz-ativa se retenha e não expresse opinião. Diariamente estamos acostumados com as baboseiras proferidas pelo excelentíssimo papa Bento XVI, como condenar uma família por querer desligar os aparelhos que fazem com que uma filha já há 17 anos em coma, sobreviva. Ativistas da Igreja católica se acham no direito de jogar pedras na família e julgam o governo por dar o aval necessário para que finalmente uma novela trágica termine. E a angustia de uma família castigada pela vida evapore.

Todos os dias lemos nos jornais cibernéticos ou impressos: “O Papa condenou”, “A igreja católica é contra”, etc. E quem são eles agora, depois do maior holocausto do mundo conhecido como Santa Inquisição, para julgar quem está certo e quem está errado? Há uma piada de mau gosto sendo contada na história do mundo. E essa piada muda o cotidiano de várias pessoas ao redor do planeta. Porém, algumas pessoas não agüentam mais esse tipo de piada como é o caso de Giuseppe Englaro, que é pai da mulher que estava em coma e que lutou bravamente durante 17 anos, esperançoso de que um dia a filha voltasse à vida. Admitiu tristemente, que chega um momento em que já não há mais o que fazer. E que a única saída é fazer com que a filha tenha uma morte digna e sem dor. E claro, a Igreja Caótica com o seu Führer, criam entraves ridículos para impor uma supremacia que para eles deve existir apesar da dor de qualquer pessoa no mundo. Heil Ratzinger!

Vinicius Canova Pires