quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Irresponsabilidades à parte

Que o brasileiro tem o velho e bom costume de tripudiar em cima da própria vida, todo mundo já sabe. O problema é quando essa irresponsabilidade toma proporções gigantescas, e acaba atingindo outras pessoas. Principalmente aqueles que ainda sequer têm o discernimento para compreender certas situações.

O problema com os banhos já é antigo. Não só em questões de afogamentos, a mistura fatal de bebedeiras e jet skis, mas também da falta de atenção em relação a algo muito simples: estamos em meio a selva amazônica. Vivendo entre cobras, jacarés ou se preferir, Wallygators. A tragédia em Guajará Mirim, onde um Jacaré de quase 5 metros devorou uma criança de 11 (onze) anos pode não ser a primeira, e talvez nem a última.

Se não podemos lutar contra o ecossistema (e nem devemos), o que podemos fazer? Não é possível criar uma área de recreação com parâmetros de habitat natural sem que as pessoas precisem literalmente morrer? Com o mínimo de segurança, pessoas treinadas para realizar salvamentos em caso de afogamento, sem a presença da fauna amazônica com fome e com certeza não importe se as pessoas são responsáveis ou não? Claro que é possível.

As pessoas precisam justamente parar de pensarem que nada de ruim ira acontecer com elas, justamente porque só acontece com os outros. Todos estão passíveis à este tipo de acontecimento se fecharem pra sempre os olhos. Se até Steve Irwin, o famoso naturalista australiano especialista em animais selvagens, se encontrou com a morte após levar uma ferroada de arraia, porque não nós meros mortais que nada sabemos nem do trato mínimo com bichos domésticos? Complicado.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Blackout, filas e prisões

1º - Não dá pra entender! São 05 (cinco) dias úteis na semana e, em todos eles eu costumo sair de casa às 7:30h no máximo e retorno por volta das 18 ou 19h. Os transformadores e a rede elétrica que fornece eletricidade ao bairro São João Bosco – bairro em que resido, fazem questão de não estourarem nesse meio tempo. Chega sábado e domingo, vuolá! Bummm! O mesmo transformador, o mesmo problema, o mesmo remendo mal feito (oriundo do trabalho das empresas terceirizadas que prestam serviços à CERON (Centrais Elétricas de Rondônia). Ou seja, além do azar – já que é sempre nos arredores de onde eu moro, há ainda, total má vontade por parte das pessoas responsáveis em resolver o problema.

Nós cidadão comuns, que suamos para pagar dívidas, impostos, e que mal usufruímos dos supérfluos podemos contestar sim, e devemos.

2º - Outro problema que já não é obra do azar, é a espera nas filas dos Bancos em Rondônia. Provavelmente é assim no Brasil todo, ou na maior parte dele. Mas, aqui em Porto Velho vemos que não há comprometimento algum por parte dos funcionários dos bancos para nos fornecer o mínimo de conforto, enquanto a espera maçante acaba com o resto do nosso dia, e do nosso bom humor – se é que ainda resta humor, creio eu, que apenas a perspectiva de ter que ir até o banco, já acaba com qualquer um.

Sabemos que todos os bancos, de acordo com suas arrecadações até bilionárias, podem sim oferecer melhor estrutura física e colocar mais gente para atender, é pura falta de bom senso e respeito.

3º Quero me retratar neste tópico aqui. Por muitas vezes eu critiquei e ainda irei criticar muito as leis, também costumo criticar o sistema prisional e a própria polícia e sua eficiência. Mas hoje o dia é de congratulações. Além de recebermos diariamente vários boletins da Polícia Militar e Federal denotando toda sua eficiência na capital e em todo interior do Estado, devemos celebrar a Operação Camaleão. Foram 42 delegados de Polícia, um efetivo com cerca de 200 policiais (entre civis e militares) que cumpriram 34 mandados de busca domiciliar e 25 mandados de prisão temporária contra funcionários públicos e policiais civis e militares que compõem uma rede de estelionato (a informação é do rondoniaovivo).

Até o momento em que escrevo este texto, já foram efetuadas 19 prisões que envolveram funcionários do Detran, Correios, Policiais Militares e Civis. Então, parabéns ao corpo profissional que participou desta operação. São casos assim que lavam a alma dos brasileiros, e ainda ajudam a fazer com que acreditem um pouco mais no futuro, nas leis, e na ordem.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Entre terremotos, enchentes e a censura ditatorial, fico com a parcimônia brasileira

Planejar viagens com certeza não é o meu forte. No final do ano – época de férias, eu vou pra aonde o dinheiro me permite ir, e para aonde a vontade indica. Nem sempre é um lugar distante de Porto Velho. Minha última aventura, por exemplo, foi a 477 km de Porto Velho, mais precisamente o município de Cacoal.

Nada muito confortável ou diferente; mas de qualquer forma, também não foi nada trágico. Antes do terremoto no Haiti, das enchentes do Peru, só não antes do Chaves na Venezuela, eu e alguns amigos pretendíamos viajar para as Ilhas Margaritas, nadar no mar do caribe, e depois conhecer Macchu Picchu.

A segunda idéia já está descartada, já que o período válido para ir é exatamente quando o pau d’água começa por lá. A idéia de ficar ilhado esperando resgate não é de todo ruim, adiar o retorno, faltar trabalho, mesmo que passando dificuldades é bem coisa de brasileiro, e eu me encaixo perfeitamente.

Na Venezuela precisamos entrar mudos e sair calados, sob pena de sermos enxotados, espancados, mortos ou até mesmo cancelados pela ditadura Chavista. Eu não tenho nada contra o Chaves além do que todo resto do mundo têm.

Eu tenho mais raiva do meu representante cujo apelido é a denominação popular de um molusco. Além de compactuar com Chaves, botar panos quentes no que vêm acontecendo e andar de mãos dadas por colheitas usando chapéu de agricultor ao lado de um facínora sorridente, não faz a mínima diferença para ele se isso acabar por nos atingir, remontando épocas negras que já açoitaram o povo brasileiro.

Por isso, no final das contas, entre tragédias naturais e cala-bocas ditatoriais, eu prefiro a parcimônia brasileira. Já que admitimos e aceitamos por nos resignar, por que então alardear o inevitável? O que podemos fazer é ficarmos longe dos problemas que cercam outros países, outras pessoas, outras culturas, enfim. Nós não temos nada que ver com isso, não é mesmo amigo (a) brasileiro (a)? Aqui não é muito diferente. Nossos terremotos e enchentes são diários. As casas caem no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Os prefeitos viajam de helicóptero para dar entrevistas nos locais das tragédias. E o que se faz? Absolutamente nada. A imprensa quando manifesta apoio ao Governo Lula está representando bem o seu papel, segundo ele próprio. Quando critica, está usando seu poder para denegrir sua imagem.

Será que o incômodo casual de nosso presidente representa a infecção do nosso país pelos novos ditadores da América Latina, que fizeram intensivão com Fidel e cia? Veremos, muitas águas vão rolas, muitas casas vão cair, e chãos irão se abrir até vermos em que vão o nosso próprio país irá cair. É só uma questão de tempo.