terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Duas décadas



No dia vinte e sete de janeiro de mil novecentos e oitenta e nove, nascia um pedacinho de carne roxa, ofegante, que mais parecia um rato do que um bebê recém nascido. Posteriormente as pessoas mal poderiam acreditar que aquele semi-rato de laboratório, se tornaria uma criança obesa com cento e trinta quilos. Porém, como minha mãezinha querida costuma dizer: - Era gordo, mas era feliz. Muito mais feliz. -, E hoje, faço as palavras dela, as minhas. Infelizmente com a idade o nosso senso critico fica mais aguçado, a gente vai olhando ao redor e percebendo que cada vez mais o ciclo de pessoas em volta da gente vai enxugando, ou não. Algumas pessoas escolhem a vida de relações públicas, ser amigo e querido por todos. Mas talvez, por azar meu, a minha consciência não me permite tal postura.

O tempo muitas vezes é tratado como inimigo. Vejo isso de forma diferente hoje em dia; só o tempo é capaz de definir o que você é. Com o passar do tempo, com a convivência e o entendimento sobre as pessoas, é possível usar esse tempo á favor de sí. Olhar para trás e enxergar um Vinicius bobão e querido por todos tem um significado bonito e traz à tona uma nostalgia incrível. Como se eu pudesse tocar no meu passado. Ver, sentir, mudar, compreender. E isso tudo é muito bonito, e claro, que mesmo sendo muito diferente hoje, eu não mudaria nada no meu passado. Porque foi por esse caminho que eu aprendi a ser do jeito que sou. Provavelmente quem ler esse texto vai pensar que estou querendo dizer que sou grande coisa. Muito pelo contrário. Pra ser alguma coisa na vida, é preciso estender seus tentáculos. E eu prefiro deixar os meus curtos, e atingir só à quem me apraz atingir.

No decorrer da minha vida, tive pouquíssimas amizades sinceras. Mas eu agradeço todos os dias à Deus (isso mesmo, você não leu errado) por ter encontrado essas pessoas. Dentro da minha própria casa sou cercado por três sentinelas que não me deixam faltar nada. Não deixam nada de ruim acontecer pra mim. E que fazem o possível pra que eu não dê um passo em falso, ou cometa erros que não possa consertar. Fora da minha casa, encontrei outras pessoas que hoje cito à todos como se fossem da minha família. Pessoas com quem tive o prazer de contracenar nesse grande espetáculo cinematográfico que é a vida. Eu não citaria nomes. Medir esse tipo de sentimento é besteira. Mas as pessoas que fazem parte desse rol escasso de pessoas que amo, sabem o sentimento que tenho por elas.

Sinceramente, o texto de hoje é totalmente sem nexo. Estou sem inspiração pra escrever, e acho que o faço apenas pra manter uma tradição pessoal de escrever qualquer coisa no dia do meu nascimento. No mais. Obrigado.

Vinicius Canova Pires