Numa espera de aeroporto, com a ansiedade à flor da pele, sempre tenho a necessidade de comprar algo para ler. Algo que possa me entreter nas horas que precisam ser preenchidas da minha chegada, até a chegada da pessoa esperada. Esse é o primeiro ponto onde a esperança precisa ser eficaz: encontrar uma leitura capaz de enganar minha concepção de tempo.
A capa da revista Galileu de dezembro/09 revive uma caricatura da TIME, revista americana que nos anos 80 mostrava uma arma apontada para o leitor dava vida à idéia de que a comercialização livre de armas no país era algo a ser revisto, mas a Galileu no lugar da arma, colocou uma entrada USB e um PEN DRIVE em cima, caracterizando a disseminação dos crimes de Internet. Inclusive, atribuindo aos piratas da rede (hackers) o apagão ocorrido no país, no último mês de novembro.
Mas, na verdade o que me interessou foi a matéria do menino africano William Kamkwamba, especificamente no Malauí e que tinha somente 14 (quatorze) anos de idade, quando aprendeu através de livros didáticos doados pelos americanos, a fazer com entulho e lixo, uma torre de captação de energia eólica. Um semi-analfabeto, que só sabia falar o dialeto predominante em seu vilarejo, aprende sozinho a ler e escrever em inglês, e decifra então, o mundo enigmático da física.
Esse tipo de matéria que ainda consegue despertar em mim um pouco de esperança do que podem ser os próximos anos. Talvez não em 2010, tampouco em 2011, mas pessoas singulares como o pequeno africano que escreveu o livro “O menino que domou o vento”, podem em sua parcela de contribuição, mudar cabeças. Fazer com que as pessoas enxerguem um mundo diferente. E só em pessoas diferentes, é que nós conseguiremos manter um ciclo harmonioso de paz, que sei, cada um de nós deseja intensamente. Então, para 2010, quero agradecer a todos vocês que leram a recém-nascida coluna “Pingo nos IS”, e que o ano comece da melhor maneira possível para todos vocês. Um grande abraço, boas festas.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
2010: ainda há esperança?
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