quarta-feira, 13 de maio de 2009

Calcanhar de Aquiles


Confiança apesar de ser uma palavra de fácil pronuncia, é também um termo de difícil execução. Algumas pessoas tomam todo o cuidado na hora de se aproximar de outrem, e outras sequer estabelecem critérios. No meu caso é simples: Faço questão de colocar todas as peças do xadrez em seu devido lugar. Não costumo brincar de amiguinho pra manter portas abertas. Ou é, ou não é.

Os poucos que faço questão de manter por perto, seja por amizade, seja por simples admiração, são analisados em todos os aspectos possíveis. Principalmente: Caráter, personalidade, moral, cumprimento na penhora da palavra, enfim, todas as qualidades internas que tanto me importam sendo que quaisquer outras não me vem ao caso estudar.

Não sou juiz, nem superior, nem melhor, e pode até ser que talvez eu seja pior do que os outros. Mas sei usar bem a única coisa que tenho de valor: minha vida. E nela não faço questão que entrem o lixo, a rele poluída e os parasitas monetários. Pra esse tipo de gente existe o aterro, que por sinal fica bem LONGE da minha casa, ou em Porto Alegre, especificamente um estádio de futebol denominado: José Pinheiro Borda, mais conhecido como Beira-Rio.

Mas eu sou um ser humano, passível de erros, e em quase todas as empreitadas fadado à derrota. Aquilo que talvez seja a minha principal arma pra viver e prosperar, também se torna o meu calcanhar de Aquiles. Porque as pessoas nunca vêm até você na forma em que realmente são. Enxerga-se inteligência nos burros, burrice nos inteligentes, avareza nos humildes e humildade nos avarentos. Portanto é difícil diagnosticar quem é quem.

Errar na hora da definição, da minha própria seleção natural, é mortal! E já aconteceu e continua acontecendo. O pós-reconhecimento é quando eu entrego toda minha confiança, e tudo que posso prover enquanto amigo. E é aí que a coisa fica preta...

Mas é claro que isso é um problema quase que estritamente meu. Nem todo mundo precisa de uma pesquisa genealógica pra aglomerar pessoas. Elas simplesmente o fazem, e são felizes com isso. Nada contra, deixo bem claro. Mas comigo não funciona. Talvez Sócrates e seu método maiêutico tenham bastante influência nisso. Fui a fundo ao que sou,partindo do nosce te ipsum e nada, absolutamente nada no mundo, me deixa mais satisfeito do que ser assim. Rabugento, chato, imbecil e infeliz, claro.

E acho que ser desse jeito, já me torna um cara muito feliz. Quanto paradoxo, não? Só acho uma pena, e altamente constrangedor (não perante os outros, e sim, a mim mesmo) que o meu calcanhar de Aquiles ainda seja uma constante em minha vida, que não posso evitar tampouco amenizar os danos.

Vinicius Canova Pires

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