Já ouvi uma porção de vezes, pessoas que adoram proclamar suas incríveis qualidades. Dentre todas a que mais me chama a atenção é a bendita da honestidade. Santa honestidade! Em um mundo aonde praticamente todas as incursões político-sociais resultam em vexame público e degradação da imagem do país, as pessoas ainda insistem em contradizer os fatos e se auto-intitularem donos da verdade e defensores incansáveis da moralidade. Com tanta experiência em contestações alheias, nos tornamos profissionais em apontar erros e defeitos, e é claro, finalizando os nossos discursos com uma singela dose de crítica moralista.
O que é o ser humano, afinal de contas? Ainda é difícil e muito cedo para responder à esta pergunta em particular, porém, o que posso adiantar, é que possuímos mecanismos de defesa que obviamente partem do nosso psicológico, algum tipo de medo do fracasso e da verdade. Partindo dessa premissa, podemos concluir que o ser humano é exatamente o contrário do que diz ser. A educação, os princípios morais que se aprende na escola, as boas amizades, os melhores livros, nada contribuem para que nosso caráter seja diferenciado dos outros que nos cercam. A expressão “farinha do mesmo saco” também não seria justa, afinal de contas ainda há muitas pessoas que optam por lutar contra a sua natureza, e serem diferentes. O que não significa que sejam menos, digamos assim... falsas.
As mentiras fazem parte de nossas vidas, elas moldam inclusive alguns de nossos trejeitos para que possam preencher-se de “verdades”. É uma espécie de qualidade intrínseca à nossa existência, que em determinadas ocasiões nos dão mais tempo para resolvermos alguns problemas, ou pela falta de experiência, criar mais deles. O problema maior, é que assim como qualquer outra qualidade ou defeito, ocorre a banalização da mentira por parte dos seres humanos. Então acaba tornando-se um problema, tão qual torna-se um problema uma pessoa que fala demasiadas verdades sem ponderar hora e lugar. Então, pasmem: Você é falso, meu caro amigo(a). Eu também. Provavelmente, nós nem sejamos amigos, mas eu digo que somos, e vice-versa. Assim nos poupamos do desgaste de uma discussão, ou da dor de uma mágoa. Esse é o nosso cotidiano, mas não se preocupe: Isso não é mal de brasileiro, é um bem de todo mundo.
Vinicius Canova Pires
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