O Grêmio copeiro e praticamente imbatível de meados da década de 1990 sob o comando de Felipão. Em pé estão Arce, Danrlei, Rivarola, Adílson, Luciano e Carlos Miguel; agachados vemos Dinho, Jardel, Luis Carlos Goiano, Paulo Nunes e Alexandre Gaúcho
Em minha infância mal esclarecida, entre idas e vindas de um estado para o outro, ou de um espaço menor, uma cidade até a outra, peneirei algumas lembranças que até hoje vivem em mim. São elas: Vó Geni, Tio Kiko, chimarrão, frio, reuniões de família (informais), e claro, GREMISMO, muito do bom e puro GREMISMO. Apesar de o futebol ser assunto sério no Rio Grande do Sul, e praticamente incutir que a hereditariedade prevalece uma corrente única – ou vermelha, ou AZUL –, comigo foi diferente. Meu avô Antenor Pires, era um gremista fanático, frustrou-se ao saber que não poderia ludibriar o filho mais velho a tornar-se um gremista, já que os irmãos do seu pai, havia muito, já o seduziam com a indumentária colorada.
Comigo não foi muito diferente, com a exceção de que meu pai já frustrado, com a perda do seu filho primogênito às três cores do GREMISMO, me deixou viver sem influências do time alvirrubro, me deixando à mercê do meu tio fanático, porém, muito pobre. Fui me cativando pelas cores do manto, criando admiração pelos pôsteres que meu tio colecionava recordação póstuma do meu grande avô. Pra melhorar, meu interesse pelo futebol foi crescendo à medida que eu visitava a casa da minha avó, e assistia a uma cena que se repetiu durante muito tempo: Uma televisão ligada transmitindo ao jogo (sem som), um rádio ligado fazendo a transmissão do mesmo jogo, só que com uma narrativa mais parcial e empolgante, uma cama de casal, meu tio, e a felicidade. Minha empolgação durou concomitantemente à ascensão do Grêmio. Em 95, uma alegria e uma tristeza, tristeza que não nos abateu, nos levando à outra alegria logo em 96. Uma libertadores, vice-campeão mundial, e um campeonato brasileiro.
Doze anos depois, as imagens, as pessoas, as alegrias, voltaram à tona hoje. Meu dia cada vez mais escasso, limita o meu acesso ao futebol de forma completa. Vejo alguns jogos, quando não dá, assisto aos compactos, quando não dá, leio todos os blog’s esportivos, inclusive as criticas – e claro, existem muitas –, mas não deixo mais de acompanhar cada passo do meu glorioso Grêmio, na boa e na ruim. Eu espero sim, como todo bom gremista, o tricampeonato brasileiro esse ano. Porém, com todas as alegrias que tive até então, me contentaria unicamente com uma vaga na libertadores em 2009, a obsessão, como assim definiu Cristian Bonatto*. O Grêmio mais uma vez, demonstra que a camisa, a torcida, e o apoio são completamente essências. Aderir à uma causa, acreditar nela, é a única forma de se ver parte de alguma coisa, de deixar de se sentir alheio a tudo. E nesse meu pequeno mundo de frustrações, idéias e devaneios de pura inflexibilidade, tenho algo em meu coração em que acredito, e apesar de para alguns aparentar futilidade, para mim, também é obsessão. Grêmio ontem, hoje, amanhã e sempre, na boa e na ruim. “La Copa, se Mira y no se toca”.
*Redator do Blog do Torcedor no Globoesporte.com, página do Grêmio.
Vinicius Canova Pires
Em minha infância mal esclarecida, entre idas e vindas de um estado para o outro, ou de um espaço menor, uma cidade até a outra, peneirei algumas lembranças que até hoje vivem em mim. São elas: Vó Geni, Tio Kiko, chimarrão, frio, reuniões de família (informais), e claro, GREMISMO, muito do bom e puro GREMISMO. Apesar de o futebol ser assunto sério no Rio Grande do Sul, e praticamente incutir que a hereditariedade prevalece uma corrente única – ou vermelha, ou AZUL –, comigo foi diferente. Meu avô Antenor Pires, era um gremista fanático, frustrou-se ao saber que não poderia ludibriar o filho mais velho a tornar-se um gremista, já que os irmãos do seu pai, havia muito, já o seduziam com a indumentária colorada.
Comigo não foi muito diferente, com a exceção de que meu pai já frustrado, com a perda do seu filho primogênito às três cores do GREMISMO, me deixou viver sem influências do time alvirrubro, me deixando à mercê do meu tio fanático, porém, muito pobre. Fui me cativando pelas cores do manto, criando admiração pelos pôsteres que meu tio colecionava recordação póstuma do meu grande avô. Pra melhorar, meu interesse pelo futebol foi crescendo à medida que eu visitava a casa da minha avó, e assistia a uma cena que se repetiu durante muito tempo: Uma televisão ligada transmitindo ao jogo (sem som), um rádio ligado fazendo a transmissão do mesmo jogo, só que com uma narrativa mais parcial e empolgante, uma cama de casal, meu tio, e a felicidade. Minha empolgação durou concomitantemente à ascensão do Grêmio. Em 95, uma alegria e uma tristeza, tristeza que não nos abateu, nos levando à outra alegria logo em 96. Uma libertadores, vice-campeão mundial, e um campeonato brasileiro.
Doze anos depois, as imagens, as pessoas, as alegrias, voltaram à tona hoje. Meu dia cada vez mais escasso, limita o meu acesso ao futebol de forma completa. Vejo alguns jogos, quando não dá, assisto aos compactos, quando não dá, leio todos os blog’s esportivos, inclusive as criticas – e claro, existem muitas –, mas não deixo mais de acompanhar cada passo do meu glorioso Grêmio, na boa e na ruim. Eu espero sim, como todo bom gremista, o tricampeonato brasileiro esse ano. Porém, com todas as alegrias que tive até então, me contentaria unicamente com uma vaga na libertadores em 2009, a obsessão, como assim definiu Cristian Bonatto*. O Grêmio mais uma vez, demonstra que a camisa, a torcida, e o apoio são completamente essências. Aderir à uma causa, acreditar nela, é a única forma de se ver parte de alguma coisa, de deixar de se sentir alheio a tudo. E nesse meu pequeno mundo de frustrações, idéias e devaneios de pura inflexibilidade, tenho algo em meu coração em que acredito, e apesar de para alguns aparentar futilidade, para mim, também é obsessão. Grêmio ontem, hoje, amanhã e sempre, na boa e na ruim. “La Copa, se Mira y no se toca”.
*Redator do Blog do Torcedor no Globoesporte.com, página do Grêmio.
Vinicius Canova Pires
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