A vida pra muita gente tem o mesmo sabor: trivialidade. Nos esforçamos muito para segurar os acontecimentos recentes em nossas vidas, sejam bons ou ruins, para dar sempre uma sensação de uma experiência nova, uma vida nova, um recomeço. Porém, infelizmente, o ostracismo é uma constante no cotidiano de um cidadão-comum. O que ocorre hoje às 09h30min, sequer é lembrado às 20h55min. A vida contemporânea nos acomodou de tal forma, que as novidades não nos surpreendem mais. Se um avião cair no seu vizinho, é provável que você fique sabendo através do youtube, do Orkut, ou de qualquer outra ferramenta de troca de informações, menos é claro, por constatação pessoal. E hoje isso é invariavelmente, uma verdade para todos nós.
Felizmente para alguns de nós que ainda temos contato com pessoas de maior experiência em vida, podemos medir a diferença parcial de distância entre a vida nos anos 70 e vida de hoje. Profissionalmente falando para exemplificar: Um jornalista era um ser humano incansável, uma fera louca e doentia a procura de informações, de furos de reportagens, de entrevistas exclusivas. Dar a cara à tapa era uma atitude crônica de todo e qualquer profissional na área de imprensa. Nos dias de hoje, é comum encontrarmos jornalistas são e salvos nos confortos e na própria estabilidade de seus lares. Trabalhando atrás de computadores, conversando por e-mail com assessorias, e não vertendo sequer suor de suas testas.
Se essa é uma realidade triste, nua e crua dos tempos de hoje, é óbvio que a coisa só tende a piorar. O comodismo entrou em nossos lares, invadiu nossos corpos e em alguns casos, até corrompeu nossas famílias. É uma verdade explícita! Uma verdade que corrobora com as nossas atitudes. Uma verdade, que caso não seja contrariada, há uma grande chance de haver um choque de realidade em cima da hora, hora essa, em que nos confrontaremos no espelho e indagaremos a nós mesmos: - Meu Deus, no que eu me tornei?. As pessoas tendem a proclamar insatisfações, sobretudo, em seus devaneios sobre suas frustrações. O tempo que é perdido criando um texto inútil como esse, poderia ser melhor utilizado em leituras, pesquisas, e até em um reajuste de sono mal programado.
Mas é aquela história: apesar de não ter generalizado a espécie humana, sei que a maioria de nós é imediatista. Ou se tem resultado em curto prazo, ou não se segue o projeto. Desistência! Resignação! Insatisfação! Culpa! Desespero! E o engraçado, é que essas são reações ou sentimentos que sentimos por nós mesmos, e estamos sempre arrumando desculpa para descontar em outros. Por isso, nos eximimos dessa culpa, e nos denominamos auto-suficientes emocionais, quando somos apenas, poeira cósmica insatisfeita. Pequenas partículas chorosas que juntas, montam um coro lamurioso e que insistentemente clama por atenção.
Vinicius Canova Pires
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